O silêncio é o avalista da grande amizade.
Quando há constrangimento no silêncio, na pausa que encerra um assunto, desconfio que não há grande amizade. O que não chega a ser ruim, pois é com pequenas e grandes amizades que enriquecemos a vida. Mas não há dúvidas: quando o silêncio deixa de configurar um drama e a mente não precisa trabalhar de forma alucinada à procura de uma frase qualquer, estou diante de uma grande amizade.
Acredito que todos tenhamos bem mais amizades pequenas do que grandes. Acumulamos amizades superficiais (sem o tom pejorativo normalmente atribuído ao termo) de acordo com a nossa habilidade e pré-disposição. E se os grandes amigos são os que fazem a vida valer a pena, os pequenos amigos quebram um bom galho na ausência quase sempre frequente e inevitável destes senhores. Com sua parceria, amenizam o silêncio das grandes ausências, que também avalizam a grande parceria.
O único problema das pequenas amizades é que elas nos exigem estar sempre driblando o silêncio. E o quebramos com um novo tema qualquer, o mais banal, apenas para cumprir tabela. A quietude, que tanto aprendemos a respeitar na presença dos grandes amigos, há de ser feridacom uma bobagem qualquer apenas pela nossa insegurança diante da nova amizade. Tem que se ter sempre um assunto, ser legal e eloquente.
Se derrotados pelo silêncio, eu e meu pequeno amigo estaremos condenados a achar um ao outro entediantes, ou a duvidar da nossa própria capacidade de fazer amigos. Tudo porque o silêncio ainda depõe contra essa pequena amizade. E avaliza as que a ele resistem.
Admiro muito essa capacidade de tornar uma circunstância comum em tema de um texto e, mais ainda, captar em meio a tantas situações, particularidades que nos fazem sentir dentro do mesmo barco...
ResponderExcluir"Quando o silêncio deixa de configurar um drama e a mente não precisa trabalhar de forma alucinada à procura de uma frase qualquer, estou diante de uma grande amizade".
Sem dúvida, é uma grande constatação...
Pois é, transformar circunstâncias comuns em tema de textos é o que mais tento fazer e quero aprender, mas acho que eu não tinha racionalizado isso...ehehe. Obrigado!
ResponderExcluirConcordo em gênero, número e grau.
ResponderExcluirE muito bom texto! Parabéns!
Abraço!
Obrigado, Eduardo!
ResponderExcluirUm abraço no amigo leopoldense.
Cabe um silêncio aqui agora?!rs
ResponderExcluirSaudade de ti por perto. Grande texto!
Cabe sim, e cai bem...heheh.
ResponderExcluirSaudade grande!
Beijo
Pois é primuxo, não importa o grau de amizade, mas é sempre importante termos amigos e o silêncio, este sim, é avalista ao meu ver de muitas situações cotidianas, como bem frisado por ti neste texto, inclusive da amizade!
ResponderExcluirBeijos.
Concordo em gênero, número e grau - como disse o Eduardo.
ResponderExcluirE acrescento que não há nada como aquela sensação gostosa de bem-estar ao lado dos amigos em silêncio. Ô coisa boa!! :)
Oh, agora vou começar a soltar o verbo também... Virei "colunista" do blog da minha irmã, até que eu deixe a preguiça de lado e faça meu próprio blog :P
Dá uma passada lá!
http://milfacesdejuliana.blogspot.com
Beijo!
Que massa! Claro que eu vou acompanhar tua coluna, Camila! Te puxa lá...eheehe
ResponderExcluirE divulga bem. :)
Beijo!
Eu adoro ler os teus textos...
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