quarta-feira, 31 de março de 2010

Um carinho na terrinha

O blogueiro lista sete motivos para você conhecer São Chico de Paula.

1 – No quesito belezas naturais, é a cidade mais bonita da vizinhança. Só falta o glamour (dispensável) e gente interessada em fazê-la evoluir e se desenvolver.

2 – Falando em gente interessada, desde que abriu o Taylor’s Café, no 2º semestre de 2009, não existe noite morta na cidade. O turista entra lá e logo se teletransporta para um pub qualquer nos EUA. Não à toa, pois o proprietário é um dissidente da Florida, que, por razões que até a razão desconhece, foi parar em São Chico para abrir um bar temático. Acabou dando certo. É o lugar para ouvir Blues, tomar cerveja e ficar feliz nas noites de sexta, sábado e domingo.


3 – É em São Chico que está localizado o Parque das 8 Cachoeiras. Já foi melhor e mais barato, mas ainda é um lugar atraente para acampar, fazer trilhas e até sexo selvagem, com ou sem amor. Há opções de trilhas de 30 minutos e até de cinco horas. Mas essas eu só ouvi falar.

4 – A Colheita da Macela, que ocorre sempre na quinta-feira “santa”, é o Woodstock serrano. Já foi melhor também, mas segue sendo um evento atraente. Milhares de motoqueiros sobem a serra e a festa só acaba de manhã cedo, quando a galera supostamente vai colher Macela campo afora.


5 – A livraria Miragem é o paraíso dos bons leitores. Quem gosta de livros vai se sentir como um roqueiro na galeria do Rock,
em São Paulo. O ambiente, que também tem exposições de fotos, casa de chá, é de puro bom gosto. Bate rum papo com a Luciana, a proprietária, também pode ser parte do roteiro, às vezes involuntariamente. Mas ela é muito legal.

6 – O Lago São Bernardo, o restaurante Pasta Nostra, o churrasco na vala da pousada Pomar Cisne Branco, a Festa do Pinhão (já foi melhor) e o frio intenso já viraram sinônimos de São Francisco de Paula. São todos tão reconhecidamente bons que só me resta uma frase a acrescentar: vão com fé.

7 – Se chegar lá e perguntar pelo Andrei, vão devolver a pergunta: “neto do seu Beto?”. Responda "sim". “Filho da Zuara... da Zamara...?”. Aí responda. “Não, da Zoraia”. Logo: “Ahh, sim, o guri da Zoraia. Conheço muito”. Se esse diálogo não se repetir em nove entre cada dez tentativas, pago um café ao fim do dia.

terça-feira, 30 de março de 2010

Os (primeiros) 27

Meu primo Diego - primo com I no meio, de irmão - chegou, nesta quarta-feira, àquela idade tão temida pelos amantes do Rock N’ Roll. Logo após cumprimentá-lo, no primeiro minuto do seu aniversário, já fiz o alerta: cuidado com os 27. Mas ele afirma não temer o pior.

Para quem não sabe, muitos dos melhores roqueiros não chegaram ao 28º aniversário. Por diversos motivos, mas com algo em comum: os excessos. Jim Morrison, vocalista do The Doors, foi ter uma overdose em uma banheira em Paris, em 1971. Janis Joplin, cantora de voz única, também foi vítima de overdose, em 1970, assim como Jimi Hendrix, um dos dois melhores guitarristas da história, no mesmo ano. Diego me garantiu estar tranquilo quanto a isso. Por mais que se exagere, o churrasco do tio Arilton não dá overdose.

Robert Johnson, um dos pioneiros do Blues, exemplo de mito que supera o homem, por estar envolto em histórias místicas como a de que teria feito pacto com o diabo, nem ele agüentou os 27. Morreu em 1938. Segundo versões mais confiáveis, teria sido envenenado pelo marido de uma amante. Meu primo, para minha tranqüilidade, de toda a família e dos amigos, jura não haver possibilidade de ser atingido por tal tragédia. Diz saber bem os terrenos onde pisa.

Finalmente, tenho que citar o líder do Nirvana, Kurt Cobain, que em 1994 explodiu a cabeça com uma espingarda. Nem precisei perguntar pro aniversariante o que pensar sobre isso, porque, ao que tudo indica, não vai dar Inter na Libertadores 2010 e Jonas certamente sairá do ataque gremista tão logo o elenco todo esteja a disposição de Silas.

Diego Andrade Daniel, ou Jubarti, para muitos, curte Rock, mas certamente terá muito mais do que 27 anos pra curtir Metallica – a preferida, que eu sei – e tantas outras bandas. Porque é da linhagem de Keith Richards, que conseguiu ir muito além da idade nebulosa (álcool também conserva). De Axl Rose, que, aos 48 anos, se dá ao luxo de convidar 100 modelos para um show privado e deixá-las todas esperando, enquanto fica tranquilo, no hotel, provavelmente com meia dúzia delas. Da linhagem dos que sabem viver com muita diversão e alguma responsabilidade. Na proporção de uma boa cuba de Uísque.

Alta filosofia boleira

Tanto se falou desde ontem das frases geniais deixadas por Armando Nogueira como legado ao futebol, que fiquei com vontade de lembrar de algumas pérolas nem tão geniais assim, embora igualmente inesquecíveis. Uma espécie de lado B do repertório frasístico-futebolístico brasileiro. Um apanhado de frases proferidas por jogadores de todas as épocas, e que, acredito seriamente, também são indispensáveis para a construção do imaginário do futebol.


Bom, eu não achei nada, mas meu companheiro ali achou uma correntinha; acho que é de ouro!
Josimar, ex-Botafogo, falando sobre o que achou do jogo.

O Sócrates é invendável e imprestável
Vicente Matheus, ex-presidente corinthiano

Eu, o Paulo Nunes e o Dinho vamos fazer uma dupla sertaneja
Jardel, ex-Grêmio, tão bom com as palavras quanto com os pés

A partir de agora meu coração tem uma cor só: rubro-negro
Fabão, zagueiro baiano, ao chegar ao Flamengo

Nem que eu tivesse dois pulmões eu alcançava essa bola
Bradock, amigo do Romário

"O meu clube estava à beira do precipício, mas tomou a decisão correta: deu um passo à frente"
João Pinto, do Benfica, de Portugal

"As pessoas querem que o Brasil vença e ganhe"
Dunga , como técnico um ótimo volante, em entrevista ao Terceiro Tempo

segunda-feira, 29 de março de 2010

Este foi pro Portal3

Hoje, os novos estagiários da AgexCOM, agência de comunicação da Unisinos, iniciaram suas atividades. Por ter passado um ano lá, enganando como repórter no Portal3 - site da agência - achei válido escrever um texto de boas-vindas pro pessoal, contando sobre o quanto essa experiência pode ser enriquecedora. Realmente, só guardo boas lembranças da passagem pelo Portal. São as palavras que segue abaixo, também publicadas no espaço de Colaboradores do Portal3.

Quase uma família


Quando abri o Portal3 na última sexta-feira, e vi a chamada para os novos estagiários da AgexCOM, lembrei na hora da felicidade em que fiquei quando, após horas de apreensão, lá estava meu nome entre os selecionados. Pois é, um ano se passou. E o quanto aprendi nesse período é o que quero escrever, como uma espécie de “boas-vindas póstumas” aos novos estagiários, em especial os repórteres.

Entrei no Portal3 totalmente cru em reportagem. Nem metido eu era. Gostava de crônica – ainda gosto – e o espaço de opinião, com direito a foto no rodapé da página, me atraia mais do que qualquer outra coisa. Mas sabia que era a chance de aprender a ser repórter. Claro que falei tudo isso na dinâmica de grupo, repeti na entrevista com os chefes e, por algum motivo, deu certo.

Talvez por pena de um estudante às vésperas da formatura e sem nenhuma experiência, meus superiores levaram a sério meu desejo de aprender a ser repórter. De apuração, redação e edição, o que estes professores sabem de Jornalismo não é brincadeira. E sinto que aprendi bastante. Como os novos estagiários irão aprender, se fizerem da passagem pela Agex uma experiência à altura do que ela se propõe.

Fiz grandes amigos na redação, formamos um time unido, quase ao ponto da alienação, de ser o anti-mercado profissional, esse da competição, da rivalidade, da vaidade. Só não digo que formamos uma família porque nunca rolou um barraco sequer que caracterizasse uma. Vou passar a vida inteira puxando o saco do Portal, sem nenhuma culpa. Pode dar tudo errado na minha carreira, e mesmo assim, a lembrança será a melhor possível, pois foi um ano que deu certo.

De reuniões de pautas, notícias, crônicas e reportagens, programas de rádio, pitacos nos vídeos, contato com as outras áreas da agência, sobrou o que há de melhor, que é a saudade disso tudo. Senti-me mais jornalista neste período do que em outros quatro anos de faculdade. E mais preparado para encarar a ingratidão do mercado. Vocês, novos repórteres, sairão assim também.

Hoje o dia começou triste

Entre minhas lembranças mais remotas de apaixonado por futebol, estão as da Copa de 94, a do tetra. Eu tinha oito anos. Lembro que ficava assistindo, no sofá, deitado no colo da mãe, ao Apito Final, da TV Bandeirantes. E lá estava o Armando Nogueira - falecido hoje, aos 83 anos - ao lado de Luciano do Vale, Gerson, Rivelino, e mais alguém que não me vem à memória agora.

Uma mesa-redonda das melhores. Todos eram bem carismáticos, e nem lembro se eles falavam de futebol. Lembro mais das piadas do Gerson e da voz calma e tranquila do Armando Nogueira.

Com o passar dos anos, o time daquela mesa foi saindo da imprensa, o Gerson e o Rivelino nunca viraram comentaristas fixos, e as participações do Armando na televisão começaram a rarear, até ficar restrita aos canais pagos. Pouco li de seus textos, pois já me contentava em ouvir o que ele falava. Talvez agora busque algum de seus livros, já que a voz dele se calou.

De tudo o que vi do Armando Nogueira, o que mais lembro é de um comentário na Copa de 2006. Ele em uma mesa-redonda, comandada pelo Galvão Bueno, falando sobre as belas moças que visitavam a Alemanha, sede do mundial, naquele período. Após tecer elogios carregados de poesia às mulheres da Copa, ele finalizou dizendo algo assim: “Galvão, depois de ver tantas belezas, eu pergunto a Deus: Senhor, já que me tiraste as forças, por que não me tiras também a vontade?”.

Risadas estrepitosas na mesa.


domingo, 28 de março de 2010

Música boa

"Meu carnaval é bem pequenininho, só um banquinho e um violão"

Começo esta nova fase falando de música. Já estava esquecendo de como é bom descobrir um novo artista pra admirar. Lembrei quando ouvi a Antonia Adnet. Cantora carioca (beeem carioca, vocês vão perceber quando ouvirem), tem 24 anos, e também é violonista. E toca encarnadamente bem.

Soube da existência dela assistindo ao programa Pontapé Inicial, da ESPN Brasil. A Antonia (passei até a achar o nome bonito) é filha do compositor Mario Adnet, e prima do Marcelo Adnet, o humorista. O Marcelo até canta em uma faixa do CD dela. Além de boa violonista e de ter a voz linda, super melodiosa e suave, a Antonia é daquelas gordinhas de rosto bonito, impossível ficar indiferente.

Como eu gosto de compartilhar tudo o que ouço de bom, peço que vocês escutem a música Carnavalzinho, a melhor do álbum Discreta, o de estreia da garota. Só o primeiro verso já dá a noção da qualidade da poesia. "Meu carnaval é bem pequenininho, só um banquinho e um violão". Simples e belo.

Dá pra ouvir Carnavalzinho clicando aqui. É um link pro Lastfm, isso implica ter que fazer um cadastro pra poder ouvir, mas eu fiz em 30 segundos, sem crise. Para quem é mais adepto do Download, como eu, o álbum dela dá pra baixar no umquetenha.org (muitos álbuns bons neste site). No Youtube, mais acessível ainda, dá pra ouvir a faixa-título do CD, que também é bacana.

Bom início de semana a todos (com feriadão a caminho é fácil dizer isso).


Voltamos

Andrei News. O nome é velho, mas o blog é novo. Trabalhar em assessoria de imprensa dá uma incrível saudade de escrever. Por isso a reencarnação do blog. Vou aproveitar este espaço pra falar de tudo um pouco, quem já me conhece sabe do que que eu gosto de escrever, e não vai ser nada diferente. Conto com visitas diárias dos amigos. Abraço imenso aos leitores de fé (ou sem fé).