terça-feira, 28 de setembro de 2010

Algumas linhas sobre Tom Zé

Sou fã do Tom Zé. Mais até do personagem do que do músico, embora também goste do som e das letras impossíveis que o baiano cria. Unindo trabalho e diversão (o que não é sempre que dá pra fazer, como prova matéria com o Fiuk dias atrás), depois do show de ontem escrevi um relato que o Pioneiro aproveitou em seu site. Ei-lo:

“Se o Rio Grande do Sul um dia se separar do Brasil, eu exijo meu passaporte”. Foi com frases como essa que o cantor e compositor Tom Zé ganhou a plateia da Casa das Artes, ontem à noite, no encerramento da II Semana da Música de Bento Gonçalves.

Não que essa seja uma tarefa difícil para este baiano com 50 anos de carreira e mais de 20 álbuns lançados. Em quase duas horas de show, Tom Zé dividiu o tempo entre conversas com o público, - sobre temas que vão da religião ao processo criativo do artista - interações com os integrantes da banda que o acompanha e, claro, os experimentos em cima de sua música.

Após a abertura com 2001 (parceria com Rita Lee), o repertório foi basicamente o mesmo que compõe o álbum ao vivo Pirulito da Ciência, o mais recente do artista que no próximo dia 11 completa 74 anos de idade.

Ora empolgando com a pegada da banda, ora pedindo para que o volume fosse diminuído para que seus discursos, às vezes tão aplaudidos quanto as próprias músicas, fossem melhor ouvidos, Fliperama, Ui! Você inventa, Companheiro Bush e Heim? foram algumas das canções que mais agradaram as mais de 600 pessoas presentes na platéia.

Após o animado forró que marcou o bis, com o espaço entre as primeiras cadeiras e o palco transformado em pista de dança, Tom Zé autografou CD’s e DVD’s no saguão da Casa das Artes, adornado por uma série de caricaturas do protagonista da noite feitas por diferentes cartunistas brasileiros.


Em cinco dias, a II Semana da Música contou com mais de 20 oficinas de diversos instrumentos musicais e shows de artistas locais, regionais e nacionais. O bastante para o baiano dizer: “Na minha Irará não tem essas coisas”.

A fã do Fiuk

Quem me conhece um pouco melhor, sabe que não sou um grande fotógrafo. Longe disso, sou dos piores qu ejá passaram pelas disciplinas de fotografia da Unisinos. Mas ontem sinto que registrei algo bacana. Ou essa fã do Fiuk, aos prantos após ter conseguido o autógrafo do ídolo (tá, um dia ela vai se arrepender) não é uma coisa bela?

A situação se passou na tarde de ontem. Quebrando um galho pro jornal Pioneiro, fui acompanhar a chegada da banda Hori a um hotel de Bento. E entre as cerca de 20 fãs que se acotovelavam para conseguir um autógrafo do filho do Fábio Jr, essa criaturinha emocionada, que, nesse estado, agradecia ao tio por tê-la levado até lá, foi a que mais me chamou a atenção. E salvou a tarde.

Bons ventos no 101

O nº 101 do edifício Dona Rosa, na rua Albino Prass, é o apartamento onde este blogueiro morava em São Leopoldo. E é onde agora mora a amiga Juliana de Brito, ex-colega dos tempos de Portal3 e amiga querida.

Preciso registrar aqui que o apartamento é pé quente. Ainda não faz um mês que a Ju se acomodou por lá, e agora recebo a grande notícia de que ela passa a assinar desde hoje (quinta) o Blog do Torcedor do Grêmio, no portal Globoesporte, onde já escrevia como colaboradora, passando agora a titular do espaço. Ótima notícia! Sinal de que os bons ventos que sopravam no 101, e me fizeram deixá-lo rumo à serra, formado e feliz, agora já sopram em favor da nova moradora.

Não sou nenhum esotérico, mas tampouco vou abdicar da ideia de que o 101 do Dona Rosa traz sorte (mesmo sendo frequentemente visitado por um gato preto). Mas não posso deixar de parafrasear o golfista Tiger Woods, naquela que é uma frase já batida, mas perfeita: "Quanto mais trabalhamos, mais sorte temos". O mérito é todo da Ju. Que além de competente, e muito, escolheu o lugar certo para viver. Parabéns duplo!

domingo, 26 de setembro de 2010

Um pouco de trabalho

Nem tudo são crônicas, listas, comentários futebolísticos e divagações na vida deste blogueiro. Tem um pouquinho de suor também.

A reportagem abaixo está na edição deste domingo do caderno Donna, da Zero Hora, e é a primeira minha publicada no jornal. O assunto é o Taylor's Café, bar já citado outrora aqui no blog. Não vejo problemas em aceitar, desde já, a alcunha de "setorista de boteco".

O sonho americano em São Chico


Uma mulher e uma oportunidade. Na língua de Louis David Taylor Junior, a woman and an opportunity. Esta é a frase pronta que este recente personagem da serra gaúcha oferece àqueles que diariamente o questionam: o que levou este homem a deixar as belezas da Flórida, nos Estados Unidos, para abrir um bar em São Francisco de Paula?

O ano de 2008 foi quando David conheceu, através da rede social Myspace, a gaúcha Lúcia Mylius, sua atual esposa. Coincidia com a forte crise financeira norte-americana, que fazia com que suas comissões como vendedor de áreas de inverno para as casas de Jacksonville, sua cidade natal, ficassem cada vez mais escassas. Em sua primeira visita ao Brasil, a convite de Lúcia, a ideia de investir em um negócio próprio não precisou de muito tempo para se concretizar. Em outubro de 2009, às vésperas de seu 47º aniversário, inaugurou o Taylor’s Café, que, mais do que um bar, tornou-se um legítimo pedaço de território ianque nos Campos de Cima da Serra.

Prova disso não é apenas o fato de David ainda não ter aprendido mais do que meia dúzia de palavras em português. É só entrar no ambiente para ter a impressão de que uma fronteira foi cruzada. Propositalmente, cada canto tem a cara do dono: um tipo motoqueiro /caubói, sempre de chapéu e botas de couro, arriscando um “oi, tudo bom?” para todos que o cumprimentam, bebericando em taças de vinho e dançando atrás do balcão conforme o blues, que pode estar saindo das caixas de som ou dos músicos que tocam ao vivo, muitas vezes formando bandas na hora e no improviso. No fim da noite, ainda participa de disputas de jogo de dardo com os boêmios remanescentes.

Chegando ao Taylor’s Café, invariavelmente encontra-se a televisão ligada em uma partida de futebol americano, baseball ou basquete. Pelas paredes, espalham-se souvenirs como uma miniatura de crocodilo (animal-símbolo da Flórida), uma tabela de basquete, um jogo de dardos e muitas fotos emolduradas. Fotos que são registros do próprio David, recordações de quando jogava futebol americano pelo time da escola (uma jaqueta da equipe também adorna o espaço), na adolescência, ou de seus passeios pela nova casa, “que aprendeu a amar, mesmo pouco sabendo o que se passa a sua volta”, como observa Lúcia.

Porém, mais do que todas as referências patrióticas que saltam aos olhos, é a culinária do Taylor’s (que já inspirou até nome de criança na cidade) o que mais chama a atenção de nativos e turistas que chegam para conhecer o tal “bar do americano”. Além de servir lanches e refeições à moda americana, David importa uma boa quantidade de ingredientes de seu país, como o pepperoni, para pizzas, molho de churrasco, essencial à mesa americana e massa para waffles. A partir disso, o cardápio se desenrola com opções como o All American Burguer, o New Orleans Gumbo, o Coney Island Hot-Dog, o Philly Cheese Steak Sandwich, além de nachos mexicanos com cobertura de queijo e carne, entre outras.


David se autointitula “um americano maluco vivendo em São Chico”. Os vizinhos, que no verão se acostumaram a vê-lo tomando banho de sol de sunga em frente à porta do bar, e os policiais, que tiveram de explicar o porquê de abordá-lo enquanto pilotava sua moto de chinelo, concordam com esta definição.– São coisas que sempre fiz na Flórida – justifica.Vendo-o cada vez mais adaptado à nova vida, Lúcia não imagina seu marido sem o bar ou o bar sem ele:– É o assunto dele o dia inteiro, às vezes tenho que pedir pra ele parar de falar – brinca.

Sem pressa para aprender nosso idioma, David tampouco exige que seus funcionários falem o seu. Comunica-se fazendo gestos e leva sempre consigo o laptop, recorrendo a tradutores online sempre que as mímicas não dão conta. Considera esta peculiaridade “apenas mais uma de um americano maluco fazendo coisas malucas no Brasil”. As noites agitadas nos finais de semana, e a necessidade cada vez maior de ampliar o espaço para acolher melhor o público que só aumenta, não o deixam mentir quando afirma: “São Chico precisava de alguém louco”. ecr

sábado, 25 de setembro de 2010

Reflexão

"Amigo mesmo é aquele que"...

não, amigo não tem que fazer nada, assumir nada, se preocupar com nada. Apenas ser amigo, e se quiser.

Não há compromisso na amizade.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Quem explica Jonas?

Vejam o que é a natureza. Jonas, que já foi “o pior atacante do mundo” está a um gol de igualar a marca do centroavante Jardel, um dos maiores ídolos da torcida gremista, e a 11 de se tornar um dos cinco maiores da história do Grêmio. O atual artilheiro do brasileirão, embora tenha vestido apenas uma faixa (a de campeão gaúcho deste ano) tem 64 gols pelo clube. Como diria Cléber Machado, “pode Arnaldo?”.

Não há torcedor do Grêmio que seja fã do Jonas. Pelo contrário, é um atacante mais acostumado a conviver com vaias do que com aplausos. Mas já tem 64 gols na conta, e alguns muito bonitos inclusive. Tem 12 neste brasileirão, a mesma quantidade que fez de Jardel artilheiro da Libertadores de 95, conquistada pelo tricolor. Isso ajuda a entender os pesos e as medidas do futebol.

Para quem não lembra, o rótulo de “pior do mundo” foi dado por um jornal espanhol após um gol inacreditavelmente perdido por Jonas na Libertadores de 2009. Sem dúvida, um exagero. Mas Jonas entrar para a galeria dos maiores artilheiros gremistas parece-me outro ainda maior. É preciso que ele pare de fazer gols!

Brincadeiras à parte, é certo que Jonas não marcará época no Grêmio. A falta de títulos, se não o condenar ao ostracismo, fará com que não seja lembrado com carinho pela gerações futuras, que conviverão mais com os relatos do que com a memória. Ninguém falará de Jonas, mas ele será um dos cinco maiores goleadores nestes mais de cem anos do clube. E nem seus netos irão acreditar.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Por aqui, deu Serra

Tendo o candidato José Serra (PSDB) recebido 19 de um total de 37 votos na urna eletrônica deste blog, as eleições presidenciais do Andreinews registram a vitória do tucano no 1º turno. Marina Silva (PV) ficou em 2º lugar, com oito votos, um a mais do que Dilma Rousseff (PT).

O Andreinews deseja melhor sorte para as candidatas da próxima vez, e um bom governo ao candidato eleito pela maioria. É a festa da democracia!

E o blogueiro aceita sugestões para novas enquetes.



terça-feira, 21 de setembro de 2010

Argumentos encalhados

Tenho uma série de frases que deveriam ser o argumento para novas postagens para este blog, mas que, por diversos motivos, encalharam. Algumas delas, achei que valia a pena registrar. Ei-las:

- Qualquer pessoas do sexo feminino que prefira Rolling Stones a Beatles é forte candidata a alma gêmea deste blogueiro.

- Às vezes, de tão egoísta, não compartilho nem minha companhia.

- A melhor frase que li na última semana: "O jeito que tratamos o cachorro é o modo como reagimos à nossa infância. O jeito que tratamos o gato é o modo como entendemos a velhice"(Carpinejar)

- Paradoxo: morar fora da cidade natal é ótimo, mas o melhor ainda é poder retornar sempre. E a cada retorno, o pior é se despedir.

- Paradoxo dois: não tenho nada contra as feias, mas só tenho amigas bonitas.

- 10 funks para animar sua festa (pedido das amigas leitoras Cláudia e Karina)

- Se formar é, de uma hora para outra, não ser mais estudante, nem estagiário. Sendo assim, como sentir-se jovem?

- A melhor frase que li nos últimos meses: “Os homens feios, ou supostamente feios, costumam ganhar a vida – e quiçá as fêmeas! – por pontos, jamais por nocaute, como ocorre com os bonitões da praça” (Xico Sá)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Breve retorno à infância

Sem o menor pudor, roubei a história abaixo do blog da amiga e colega Cathierine Hoffmann. Foi postada dias atrás no seu cathierineh.wordpress.com, blog que leio com a mesma frequência com que dividia com a Cathi uma mesa do Fratello ou do Alemão, lancherias da Unisinos.

Como achei a história ótima, e acredito que os amigos leitores vão concordar, parece-me justo compartilhar deste momento de tamanha inspiração do grande Maurício de Souza. Sempre achei que a Turma da Mônica ensina os princípios.


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Cartas de Bento n.2

A vida noturna diz muito sobre a qualidade de vida que qualquer cidade oferece. Não adianta ter índices altíssimos de IDH e uma expectativa de vida igualmente alta se não há diversão à altura de tanto tempo para viver.

Não exijo de uma cidade uma vida noturna muito movimentada e incontáveis opções de lazer. Basta ter dois ou três lugares aos quais eu possa me fidelizar enquanto cliente, como em São Leopoldo, onde ia quase sempre ao Favorité, embora houvesse outros lugares bacanas. Sou daqueles que faz amizade com o garçom, que gosta de rever pessoas e tem no bar uma espécie de pequena comunidade, onde não é preciso conversar com todos, mas é bom saber que eles estão sempre ali.

Neste fim de semana, aproveitando a ocasião da visita do amigo e ex-colega Rafael Butigahn, vindo direto de Maceió, aproveitamos uma folga na agenda de trabalho – ele, também jornalista, veio cobrir um evento para o sindicato em que trabalha em Maceió – para fazer o sacrifício de desbravar o cenário de bares e casas noturnas de Bento Gonçalves, buscando encontrar este lugar que possa se tornar minha segunda casa por estas bandas.

Dizem vozes experientes da cidade que o Bangalô, do lado de onde trabalho, é “coisa fina”. mas não chegamos a conferir. Preferimos o lado de Bento onde se concentra a maior parte dos bares. E, dos que testamos – na ordem e na vizinhança: Buteco Sports (superlotado), Bar do Alce (bacana, bem rock n’ rol), Beer House (calminho, mais pra happy hour) e Ferrovia Cult -, este último pode ser considerado, de longe, o melhor.

O lugar é pequeno, mas bem espaçoso, e tem diferentes ambientes: um espaço para shows, outro com mesas, estilo pub, um mezanino e uma área na rua, pra pegar um ar. Pessoas levemente bêbadas, em geral, cervejas variadas, o som ambiente bacana e os preços honestos são importantes pontos favoráveis. Pode que a primeira impressão tenha sido errônea e o bar não seja assim tão legal. Mas, sendo otimista, acho que já não sou um boêmio sem lar em Bento Gonçalves.

O ainda sóbrio amigo Rafael

Interior do bar (peguei no Google)

A fachada do simpático Ferrovia

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sutilezas da mulher

Que homem nunca conheceu uma mulher que exibisse na voz a sua maior beleza? Conheço tantas, que não penso em nenhuma específica neste momento. Mesmo mulheres que são lindas sob todos os aspectos tornam-se realmente irresistíveis ao oferecer um singelo “oi, tudo bem?”.

Certas mulheres têm no abraço seu melhor predicado. São cheirosas e abraçam com vontade, quer seja um abraço de noite inteira ou um “oi, tudo bem?” casual. Essas que conquistam pelo abraço raramente sabem o poder que têm em seus braços e mãos. E a todos abraçam, a todos conquistam.

Muitas mulheres têm na panturrilha toneada um quê de sensualidade. Por mais que falemos de bundas, coxas e seios, jamais desprezei um sinuoso par de batatas-da-perna. Nada de muito musculoso, diga-se de passagem, mas que marque siginificativa presença entre os joelhos e as canelas.

Há mulheres que têm a ironia como dom maior. E que mulheres de valor são essas, que sabem fazer da fina ironia seu instrumento de dominação do mundo e dos homens. Creio que não saberia viver com uma mulher que não saiba fazer uso, de vez em quando que seja, dos refinamentos da piada irônica, sutil, não de fazer gargalhar, mas de sorrir em aquiescência.

Há mulheres que sorriem lindamente; outras que bocejam graciosamente; conheço algumas que se tornam belas quando estão de óculos e diversos exemplos de mulheres que cujo maior charme está na vida caseira e discreta, enquanto me identifico muito com outras pelo apego à boêmia.

Não estou falando de atributos necessários a uma bela mulher. Não chega a tanto. O que exponho acima são alguns acessórios, complementos, detalhes periféricos de uma mulher. Sutilezas de personalidade ou de traços físicos, qualidades nem sempre à mostra. Mas que ainda assim, podem fazer toda a diferença.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Mesmo as melhores bandas...

...têm algumas músicas, entre as mais conhecidas, que eu realmente não gosto. Por exemplo:

Rolling Stones - Brownsugar

Led Zeppelin - Communication Breakdown

Rage Against The Machine - Bullet in the Head

Aerosmith - Dream On

AC/DC - Thunderstruck

The Doors - People Are Strange

Eric Clapton - Tears in Heaven

Guns N' Roses - Yesterdays

Mas são apenas exceções que confirmam a regra de serem todas bandas incríveis.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cartas de Bento n.1

Bento Gonçalves é, antes de tudo, uma cidade bonita. Bem como a maioria das cidades serranas, em especial Gramado e Nova Petrópolis, pelo que a memória me permite comparar. Apesar da colonização diferente (lá alemães, aqui italianos), esteticamente, Bento lembra bastante estes municípios. Com a diferença (vantagem, talvez) de ser maior, de oferecer tudo o que uma cidade grande oferece.

A avenida principal é composta por algumas pracinhas simpáticas, onde, após o almoço, as pessoas se espalham pelos bancos, pegando um sol e conversando, ou então ficam a entrar e sair das lojas que circundam a avenida. Pessoas estas que, em sua maioria, são receptivas, não negam uma informação a um forasteiro, e até a oferecem com invariável sorriso no rosto. Pessoas que gostam de viver aqui, e parecem querer que todos se sintam bem em sua cidade.

Nos primeiros dias por aqui, como era de se esperar, bateu uma saudade de tudo o que vivia em São Leopoldo, uma época que, como todas as outras, se foi. Saudade do campus da Unisinos, do gatinho Jabulânio, da padaria próxima à estação onde virei freguês e amigo, das vizinhas loiras e gêmeas que me confundiam a cada vez que cumprimentava uma delas (pois, nos primeiros meses, só uma me cumprimentava de volta).

Pra não dizer que tudo são flores, é preciso dizer que estava certo quem me falou que Bento era uma verdadeira montanha-russa. Você está sempre subindo ou descendo alguma rua, nunca andando em terreno plano. Como não podia ser diferente, a sensação é de que, para os trajetos diários deste blogueiro, sobraram as subidas maiores e mais íngremes. Mas sendo otimista, pode ser a oportunidade de perder alguns dos quilos acumulados nos últimos anos.

Ainda não será este meu primeiro fim de semana por aqui. Nesta sexta, vou a São Chico, a trabalho, unindo o útil ao agradável de voltar ao lar. Talvez um fim de semana em Bento seja um bom motivo para escrever a carta nº 2.


Avenida principal de Bento, por volta das 13h.

Outro ponto da avenida principal, com um menino gordinho vindo em minha direção

Chafariz de vinho em frente à Prefeitura.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Enquete 1 - Qual seu texto preferido?


Temos um vencedor

Abaixo, anuncio o corajoso vencedor da primeira enquete deste blog. O texto A Mulher Perfeita, que teve 33% dos votos, foi concebido originalmente no meu celular, como várias mensagens de texto, e apenas transcrito para o computador depois, praticamente sem retoques. Só então foi publicado no Portal3, quando este blogueiro estagiava pelas bandas da Unisinos, em 2009. Ei-lo:

A mulher perfeita

A mulher perfeita alia beleza, inteligência e simpatia. Nada mais, embora não seja pouco. Há a que se aproxima da perfeição. É a mulher que, com inteligência, sabe fazer da simpatia a sua beleza.

A mulher perfeita não precisa ser a mahis bela, a mais simpática, a mais sábia. Por ser inteligente, sabe que os excessos a prejudicariam. Que a simpatia em excesso é pouco inteligente, e vice-versa E mesmo a beleza em excesso tende a ser pouco simpática.

A mulher perfeita é espirituosa. Rio muito ao lado dela. A ironia poderia ser um quarto elemento necessário à perfeição, mas prefiro considerá-la um produto da inteligência. Bela, inteligente e simpática, a mulher perfeita é pouco afeita ao não. Só um homem à beira da infantilidade lhe diria não, mas ela tampouco tem algo a pedir do homem infantil.

Poderia chamá-la de mulher ideal, de mulher dos sonhos. Mas são definições que carregam um sentido de distância, o que não é o caso. A mulher perfeita não está longe. Sequer deve haver vida longe dela. Se há, é com tristeza que me dirijo aos que vivem longe. E digo: Amigos, só a mulher perfeita dá sentido à vida.

A mulher perfeita fala bonito, ri facilmente e, quando necessário, atinge o nobre silêncio com precisão. Quando chega a noite, ela descreve como foi seu dia, e é fácil parar pra ouvi-la. Pois estar com ela é dar prioridade tão somente a ela. É a mulher perfeita. Não tem contra-indicações.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Enfim, a música

Conforme havia prometido, eis aqui neste blog a música que escolhi para embalar a minha caminhada rumo ao diploma (literalmente falando), que me foi concedido pela Unisinos na última sexta-feira, como os leitores já cansaram de saber.

Foi uma escolha difícil, como deve ter sido a de todos os colegas, pois muitas músicas nos marcam ao longo da juventude ao ponto de querermos eternizá-las junto conosco. Mas fui de Night Time (is the right time), do Ray Charles. Por quê?

Não se pode desperdiçar o impacto da introdução. É quase só o que vai se ouvir no pouco tempo entre tirar a foto com o colega chamado anteriormente e a hora de cumprimentar os professores homenageados. Os primeiros segundos têm que ser de intensidade total. Como, acredito, seja oc aso da linha de sax no início de Night Time, que sempre me arrepia.

A música, assim como o próprio estilo do Ray Charles sintetiza um pouco de muita coisa que eu gosto, em termos musicais. Há uma mistura aqui de blues, jazz e rock, quase minha tríade sagrada. Há piano, saxofone, backing-vocals femininos, um vocal estirdente, uma batida dancante. Enfim, poucas das minhas opções preferidas preenchiam tantos requisitos.

No fim, deu a coincidência de o colega Luis Veira, chamado antes de mim, ter escolhido outra música do Ray, a ótima Hit The Road Jack. Sem querer, transformamos parte da formatura em um belo tributo ao grande Ray Charles.

Espero não ter desapontado ninguém. Eis a música: