Gosto demais de não saber o que quero da vida. Que sensação, amigos. Sempre que ela me assalta, não exito em elogiá-la. E durmo melhor depois.
Quem gosta de viver em cima de muitas conclusões, não pode perder de vista que a vida é, acima de tudo, uma invenção. Um improviso, como já ouvi dizer o octogenário poeta Ferreira Gullar, com quem compartilho a crença no poder do acaso que move o mundo.
O maior privilégio que se pode ter é o de inventar a si mesmo, e nisso pode estar nossa certeza de felicidade. Sermos nosso próprio criador e criatura. E a melhor forma de improvisar a vida é impondo a ela o mínimo de delimitações, oferecendo o máximo de opções que se pode prospectar numa noite de quase inverno.
Quanto a mim, confesso que vivo de puro improviso. Não sei por que sou e até quando quero ser jornalista, se um dia escreverei um livro, que livro será esse, quando vou querer ter filhos, onde irei criá-los, se irei aprender francês ou gaita-de-boca. Talvez chegue aos 30 querendo ser professor, aos 40 um fotógrafo, aos 50 um eremita. O certo é que hoje há infinitas possibilidades, e tê-las comigo, jogar com elas, pra lá e pra cá, é inventar a vida.
Somos aquilo que fomos capazes de criar. Somos o rascunho sem direito à arte final. Mas com inúmeras folhas em branco.
Belo texto primuxo. Com certeza, temos que viver intensamente o hoje, sem se preocupar com o amanhã ou lembrando o que passou!
ResponderExcluirA vida é feita de escolhas e cabe a nós escolhermos a melhor maneira de se viver!
Quando não temos objetivos em nossa vida caimos nesse dilema, a idade também influência,saiba que a verdade é uma só viva intensamente cada momento.Aproveite as oportunidades que surgem,busque,corra,enfim seja feliz.
ResponderExcluirJacqueline Xavier Pereira.
Aiii me enxerguei nesse texto. AMEI! :)
ResponderExcluir