quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Breve retrospectiva pessoal de 2011

Chegando ao fim de mais um ano, é hora de puxar pela memória e relembrar o que mais me marcou nestes últimos 12 meses (acreditando que nada muito significativo venha a ocorrer nas próximas semanas). E sugerir aos amigos que façam suas próprias retrospectivas, certamente bem mais interessantes do que as que veremos na TV nos próximos dias.

Melhor música: Empate técnico entre Rumour Has It, da Adele, e Sinhá, do Chico com o João Bosco (que, convenhamos, não é uma parceria, mas sim uma covardia).

Melhor álbum: Wynton Marsalis & Eric Clapton Plays The Blues. Por reunir dois dos meus músicos preferidos celebrando o meu gênero musical preferido, reafirmando-o como tal. No link dá pra ouvir tudo.

Melhor filme: O drama Minhas Mães e Meu Pai, que embora seja de 2010, concorreu ao Oscar este ano, e foi mais ou menos nessa época que eu assisti.

Melhor livro: Rum: Diário de um Jornalista Bêbado, do Hunter S. Thompson. Sensacional, li em dois dias, coisa rara de acontecer.

Melhor show: Não fui a muitos neste ano, é verdade, mas sem dúvida o Chico, no último dia 29, foi histórico (e caro, por isso tenho que escolhê-lo). Destaque absoluto pro arranjo de Geni e o Zepelin, como mostra o vídeo gravado neste dia (mas não por mim).

Melhor crônica: Essa da Eliane Brum no site da Época : Meu filho, você não merece nada

Melhor dia: 3/11, quando eu finalmente passei na prova prática da auto-escola e fui reconhecido pelo Detran como um legítimo condutor de veículos automotores(pode parecer banal, mas foram uns seis meses de espera entre burocracias, provas mal-sucedidas, demissões de examinadores, etc, e o que é mais enlouquecedor: com o carro comprado!).

domingo, 4 de dezembro de 2011

Vida: Mata-mata ou pontos corridos?

Tomo emprestado do futebol a metáfora que pode ajudar a entender como avaliamos nossa safisfação com a existência: Sua vida, amigo leitor, é vivida em mata-mata ou pontos corridos?

São estas as duas principais formas de disputa dos torneios futebolísticos. A primeira é eliminatória, como a Copa do Brasil, aquela em que uma equipe elimina a outra em confronto direto, até a partida final, que consagra o campeão. Na outra, todas as equipes se enfrentam, e vence quem soma mais pontos no final. Como o Campeonato Brasileiro.

O mata-mata mantém suspensas as comemorações pelas pequenas vitórias,uma vez que só o triunfo final dará sentido a estes suados triunfos. A euforia de uma vitória em quartas-de-final pode ser reduzida a pó se no domingo seguinte o time perder nas semifinais. Um jogo ruim, um dia de azar, acaba com toda uma campanha que se desenhava exitosa.

Nos pontos corridos, os três pontos da partida final têm a mesma importância daqueles disputados no jogo de estreia na competição e de todos os outros. O que torna todos os jogos decisivos, ainda que nenhum seja eliminatório. É permitido tropeçar, desde que se reequilibre antes do tombo para seguir em frente.

Aplicando tais regras ao nosso cotidiano, considero que vive sob as regras do mata-mata aquele que deixa de saborear as pequenas conquistas da vida, pois não vê sentido em comemorar vitórias tão frágeis, que podem desaparecer ao primeiro tropeço logo adiante. Tudo são projeções para um futuro que possa dar sentido ao presente, e só no final irá descobrir - ou decidir - se foi feliz ou não.

O sujeito adepto dos pontos corridos, por sua vez, sabe que a felicidade é feita de alegrias efêmeras e fugidias, com fim unicamente em si mesmas, e independem de um futuro glorioso. Por saber viver o presente, comemora o dia em que tudo o que obteve foi a condição de ter uma noite tranquila de sono. E seus dias ruins jamais irão anular a lembrança dos dias bons que se passaram.

Dadas as opções, reitero a pergunta: que fórmula você escolheu? Viver à espera do resultado final, para avaliar se a vida deu certo ou errado, ou colher do presente, a cada dia, um pouco da felicidade que se pode ter?