Podem cobrar futuramente, mas duvido que este blogueiro venha um dia a se aventurar no ofício de colunista diário, seja de jornal, site ou blog mesmo.
Sem entrar nos méritos da inspiração e do talento, que também podem faltar a este cronista, o requisito que certamente não cumpro é o desapego pelos meus escritos.
Sou muito apegado ao que escrevo. Lembro de cada título, de cada argumento, de cada frase que já tenha agradado a alguém, de cada comentário Se produzisse 365 textos por ano, como daria atenção a cada um deles? Crônicas são filhos que coloco no mundo. Sou a mãe, o leitor assume a paternidade.
Alguns textos são produtos de semanas de pensamentos, de inúmeras tentativas e erros, e até de desistência temporária, até que retorne a ele após aquela sacada que faltava e que surge inesperadamente. É um ritual dramático e às vezes desgastante (para este que vos escreve. Nada de generalizar).
Todo esse envolvimento faz do texto uma experiência difícil de imaginar enquanto exercício diário sem a impressão de que estaria banalizando o que mais gosto de fazer.
Paulo Sant’Ana, cronista idolatrado por este aprendiz, publicou 16 mil colunas em Zero Hora. As melhores, as mais árduas, para não condená-las à efemeridade da página de jornal, reuniu em três livros. Por três vezes, voltou do sótão com uma caixa cheia, carregando só o que o tempo não estragou. É um apegado ao texto, mas que ocupa os lapsos de inspiração com mais textos, alguns descartáveis. É cronista refém da coluna diária.
O colunista diário tem que ter muito a dizer. Dizendo muito, esquece muito o que já disse. Prefiro esquecer pouco. E não tenho tanta coisa assim a dizer.
Adorei esta frase: "Dizendo muito, esquece muito o que já disse. Prefiro esquecer pouco. E não tenho tanta coisa assim a dizer".
ResponderExcluirContinue refém da coluna diária, eu mera leitora, agradeço!!!
Obrigado, Amanda!
ResponderExcluirE continue lendo, que quem agradece sou eu!
Pô Andrei, que legal. Eu escrevo muito pouco, nossa, tenho muito menos prática... Mas sinto a mesma coisa com relação aos meus textos!!
ResponderExcluirLegal que tu pensa assim. Significa que tu dá valor, que se esforça pra escrever, e não o faz na correria.
Claro, não pode comparar com o Sant'Ana, que muitas vezes fez crônicas na correria... Mas aí são "ossos do ofício".
Com certeza continuarei assumindo a paternidade de muitos dos teus textos ;) hehe
Beijo.
Pois é, escrever todo dia requer uma tolerância com o texto que vai sair na correria, que eu ainda não tenho(só pra matérias) e que não ensinam na faculdade...ehehe
ResponderExcluirBeijo!
E ai Andrei....
ResponderExcluirMuito bem escrito o seu artigo, gostei.
Fica bem evidente em tuas palavras o gosto pelo o que fazes, a clareza em tuas colocações mostra a quem está lendo que sem dúvidas tú Andrei gostas de escrever e ser simplesmente o Andrei.Beijo.Jacqueline xavier Pereira.