quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sem títulos, nada de ídolos

Sei que não deveria, mas estou deveras preocupado com o Grêmio, esta instituição de esperanças mentidas por quem resolvi um dia torcer.

Para além do fato de nos encaminharmos para mais um ano tragicômico, preocupa-me ainda mais a realidade de que nós, gremistas da minha geração, vivemos provavelmente o período de maior escassez de ídolos entre todos os torcedores de todos os clubes do mundo.

A falta de um único ídolo para chamar de nosso faz com que por alguns momentos reverenciemos qualquer jogador mediano, desde que mostre certa dose de esforço pelo time. Que se limite a assustar o adversário com um carrinho ou um balão pela lateral. Somos carentes como o rapaz que se apaixona pela primeira garota que lhe oferece um oi sorridente.

É melancólico ver a maneira como jogadores com qualidade para marcar época no clube saíram condenados ao ostracismo, pelo simples infortúnio de terem participado de algumas das temporadas menos gloriosas do clube. Como o meia Gilberto, por exemplo, ou o Fábio Rochemback, este recém saído para o futebol chinês. Se Renato Portaluppi jogasse hoje, dificilmente deixaria seu nome na História.

No futebol, ídolos não são necessariamente os melhores jogadores, mas são obrigatoriamente atletas pertencentes a times que marcam época, que permanecem para sempre na memória afetiva do torcedor.

Qual foi o último grande jogador idolatrado pela torcida gremista, unanimidade mesmo? Sandro Goiano não vale. Diego Clementino também não. Tampouco o congolês Kidiaba. Talvez Danrlei, o primeiro a chegar e último a deixar o glorioso time Campeão da Libertadores, em 95. E lá se vão quase dez anos de sua saída, em 2003.

Só nos resta lamentar o que o Grêmio está fazendo de si mesmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário