segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Raça e superação - parte III

E lá vai o Grêmio disputar outra Libertadores sem um time à altura da competição. E não deixemos de considerar que o nível da competição só cai, ano a ano. Mas lá vai o Grêmio mais uma vez, apegado ao discurso de superação e imortalidade, quando o foco deveria ser só um: qualidade.

Foi qualidade que faltou para o Grêmio em 2007, quando a final, contra o Boca Juniors, foi tudo, menos parelha. Faltou ataque. Tuta, Everton, Douglas e Amoroso eram os atacantes daquele time, que tinha Lucas, Diego Souza e Carlos Eduardo como destaques. Mas acreditamos até o fim que Schiavi, Tcheco, Ramón, algum deles se consagraria naquela decisão contra Riquelme, Palácio e Pallermo.

Em 2009, qualquer gremista de bom senso sabia que seria praticamente impossível passar pelo Cruzeiro nas semi-finais. Não foi o ataque – Jonas e Máxi Lopez - o problema maior, mas o meio-de-campo sem grande inspiração formado por Ruy, Adilson,Tcheco, Souza e Fabio Santos. No banco, Túlio e Orteman. Por muito pouco o time não sai derrotado nos dois jogos.

Desta vez, o cenário parece o mesmo. O Grêmio que não contrata e perde seu artilheiro tem time para uma boa campanha, mas que fatalmente irá se encerrar em um confronto contra um grupo indiscutivelmente mais forte - hoje Santos, Cruzeiro e Fluminense, no mínimo – contra o qual apostaremos na já batida história da mística da camisa tricolor.

Se ter Jonas como ídolo já era um sintoma de mediocridade, perdê-lo é um atestado, e que preocupa. Encerramos 2010 acreditando que faltava pouco o Grêmio voltar a ser grande. Mas começamos 2011 revisitando os velhos problemas e ouvindo o mesmo discurso. Raça e superação.

7 comentários:

  1. Olha por esta eu não esperava...mas não fiquei tão desanimada como muitos torcedores, porque nunca fui fã do Jonas, sei de sua qualidade e da importância que teve no Grêmio, mas mesmo assim não me convencia.
    Acho que está na hora do Grêmio parar de achar que os jogadores jogam aqui por "amor a camiseta", porque gostam do Olímpico, isso não existe, no mundo capitalista de hoje, o que eles querem é dinheiro, onde a proposta for melhor, eles estão indo.
    Ontem ao ouvir o sala de redação, o Paulo Sant'ana disse algo que concordo plenamente: "O GRÊMIO É O MELHOR TIME QUE SE TEM PARA JOGAR, POIS OS JOGADORES VEM DESCONHECIDOS PARA CÁ, ACABAM SE TORNANDO GRANDES JOGADORES E VÃO EMBORA, O GRÊMIO É ÓTIMO PARA DESCOBRIR BONS JOGADORES E PERDÊ-LOS".
    Isso sem contar nos técnicos Felipão e Mano, que se fizeram aqui...
    Mas, acabando com as lamentações, agora é esperar o jogo de amanhã e ver se conseguiremos pelo menos passar da pré-libertadores, porque eu estou desmotivada para o futebol em 2011!

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  2. Nas minhas andanças pelo mundo virtual, achei uma coluna escrita por José Pedro Goulart (POA) muito pertinente ao assunto escrito pelo meu primo blogueiro:

    "Cala boca, torcedor!

    Atenção leitor, esta não é uma coluna de esportes. Se você por acaso leu a minha última, sobre o Ronaldinho, pode ficar com essa impressão. Mas garanto que só volto ao tema pelas circunstâncias. É que o Jonas, atacante do Grêmio (sim, novamente o Grêmio), deixou o clube como quis e ainda mandou que a torcida calasse a boca na última vez em que jogou pelo time.

    Cabe esclarecer quem é o Jonas para um passante desavisado: não, ele não é um Ronaldinho, um Ronaldo, menos ainda um Renato. Por outro lado, sim, ele foi o goleador do último Campeonato Brasileiro, jogando pelo Grêmio, pago pelo Grêmio, recebendo passes de jogadores do Grêmio, festejado, estimulado pela torcida do Grêmio.

    Pois o Jonas saiu. E saiu, como dito, arrumando uma briga oportunista com a torcida, com o dedo na boca num gesto de quem exige silêncio: calem-se! E ainda chutou a bola em direção aos pagantes - um ator que joga o sapato na plateia. Depois do jogo, saiu de cena e mergulhou num covarde silêncio.

    Eu aqui não quero falar do Jonas, do contrato mal elaborado, mal proposto por quem assinou pelo clube. Eu aceito as condições que lhe dão o direito de fazer o que bem quiser - e ele que faça as contas com a sua consciência.

    Eu quero apenas me dirigir ao torcedor de futebol no Brasil. Seja do Flamengo, Corinthians, Fluminense, Palmeiras, Vasco, Santos, São Paulo, Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Atléticos, do Olaria, Bangu, enfim, e do Inter e do Grêmio, claro. Vocês sabem por quem estamos torcendo? Vocês sabem afinal qual é a nossa parte nessa cantoria desafinada?

    Somos um número - um bilionésimo número depois da vírgula.

    Aquele herança afetiva de quando íamos ao jogo, levados pela mão do nosso pai, avô, tio. Aquela lendária história contada e recontada sobre o goleiro que morreu ao defender um pênalti decisivo, ou sobre o atacante que jogou com o pé quebrado. Tudo isso virou farofa nostálgica com pitadas e de pieguice, polvilhada de um romantismo tolo.

    Não bastasse o único apelo da grana para um jogador jogar num clube hoje em dia, com trocas de camisas e beijos em distintivos diferentes a cada ano, a Seleção privilegia os que jogam fora - estimulando ainda mais o êxodo.

    Basta. Chega. Que se convoque jogadores daqui e ponto, como forma de garantir algum interesse. "Tupy or not tupy!".

    Que se façam jogos em horários humanos, mesmo que interfiram na novela das 8. Que seja devolvido um aspecto perto do original às camisetas, privilegiando as cores, os distintivos: os jogadores de hoje parecem homens-sanduíches, verdadeiros ambulantes de propaganda.

    Todos sabemos do mundo corporativo. Da necessidade de ganhos. Mas qual é o fim disso, afinal? Quais os limites? Uma fábula cuja moral é sempre invertida? Cadê os mocinhos, os heróis, os autênticos? Onde se pode achar um pouco de amadorismo no meio dessa indecente busca de resultados? Até quando vamos frequentar um circo onde os palhaços ficam nas arquibancadas?

    Pois bem.

    Nós que deixamos a filha de sete em casa no domingo, ignoramos o lazer da família, botamos a grana - que muitas vezes faz falta - no clube; que destinamos nossa audiência, nossa paixão e tudo isso com uma fidelidade de cachorro. Nós que enfrentamos estádios sujos, banheiros podres, violência nas ruas. Nós que suportamos o frio, a chuva ou a vergonha de uma derrota, avisamos:

    Nunca, sob nenhuma hipótese, aceitaremos que um outro jogador - seja milionário, craque ou perna de pau, nos mande calar a boca.

    O resto nós ainda vamos discutir".

    DEPOIS DESTA NEM VOU TECER COMENTÁRIOS...

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  3. É, é isso. Bom texto mesmo. Em um clube que virou médio até o Jonas manda a torcida calar a boca. Mas tudo bem...hehe

    Bjs

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  4. Lauro; Nei, Rodrigo, Bolívar e Kléber; Bolatti, Guiñazu, Tinga e D'Alessandro; Sóbis e Cavenaghi!

    Tah aí um forte concorrente para ser o tri-campeão da Libertadores, podendo mudar uma ou outra peça. Pelo menos tem bastante Sulamericanos...

    Comparando com os times de 2006 e 2010, esse de 2011 é bem melhor no papel.
    Mas vcs co-irmãos não podem desanimar... podia ser pior! Força imortais...

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  5. Velho...será que o regulamento permite jogar com quatro estrangeiros? O da CBF eu sei que só permite três em campo ao mesmo tempo.

    O Inter está com um time aparentemente bom, só não tem treinador. Ainda aposto em Santos e Fluminense como favoritos.

    Abraços

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  6. Hahahahaha, boa Andrei, concordo!!!!

    Beijos.

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  7. Que máximo!!! O David Coimbra teve a mesma idéia que eu em seu blog, colocando o mesmo texto que coloquei aqui, do José Pedro Goulart!!!!

    http://wp.clicrbs.com.br/davidcoimbra/?topo=13,1,1,,,13

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