sexta-feira, 20 de agosto de 2010

No café

Sou fã do Kenny Braga. Jornalista, colorado fanático, um dos comentaristas do ótimo Sala de redação, da Rádio Gaúcha. Não o admiro exatamente por ser colorado, naturalmente, mas pela sua irrestrita habilidade com as palavras. Fala muito bem, tem sacadas muito boas , um humor fino e muita sensibilidade.

Ontem à tarde, no café em frente à porta de entrada da rádio, enquanto comia uma passoquinha escorado no balcão, tive o prazer de assistir a um bonito depoimento do Kenny ao jornalista Lasier Martins, que chegava para o seu programa das 14h. Percebi que ele estava emocionado, e vou tentar reproduzir aqui suas palavras, que me comoveram deveras:

“Agora há pouco uma leitora me encontrou na rua, e veio dizer que havia chorado com a minha coluna de hoje (sobre o título do Internacional), me agradeceu por tê-la escrito. E aí eu estava pensando, como vale a pena essa nossa profissão, em que a gente ganha mal, se incomoda quase diariamente, mas por vezes consegue ter compensações como essa. As pessoas se emocionam, e como é bom poder emocionar as pessoas”.

Seu interlocutor apenas concordou, logo o o jornalista desceu as escadas e eu também me retirei. Já era fã do Kenny Braga, e, ao ouvir esse seu relato emocionado, fora do ar, sem a preocupação de agradar a ouvintes ou de fazer média com os colegas, e que vai tão de encontro ao que eu mesmo penso da vida dos cronistas, passei a admirá-lo ainda mais.

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