quarta-feira, 7 de abril de 2010

Diploma: mudei de ideia

Aproveitando que, em 1908, alguém criou a Associação Brasileira de Imprensa,e por isso este 7 de abril marca mais um Dia Nacional do Jornalista, vou pegar o gancho. Vou falar de jornalismo. Quero contar que, quase um ano depois, mudei de ideia com relação à queda da necessidade do diploma para exercer a profisssão. Era extremamente contra, agora não mais. Já sou até um pouco favorável.

É que, dia desses, nem lembro quando, passou aquele medo de perder espaço apenas porque a profissão teve que dar licença aos sem diploma. Passou a tempestade. Em algum momento, lembrei que o jornalismo é, antes de qualquer outra coisa, um ofício para quem sabe escrever. Este é o único regramento que defende toda a classe. Não o diploma, que nunca foi tão difícil de ser obtido, e por isso, nunca garantiu preparo a ninguém. Se ainda considero a universidade importante – e certamente considero – é para sair sabendo mais, conhecendo mais. O canudo é um mero símbolo desta passagem.

Não deixo de ser favorável à obrigatoriedade que tanto defendemos desde o último dia 17 de junho, quando os ministros do STF derrubaram o diploma. Mas confesso que agora é menos por convicção ideológica e mais por interesses pessoais, mesmo. Para saber que, no aperto, até aquela redação que contrataria os iletrados tenha que me aturar porque a lei assim manda. Pelo mesmo motivo que aprovaria se todo jornalista, de repente, tivesse que ser natural de São Chico de Paula. Ainda apoio a causa, mas sei que por razões menores e menos nobres.

Enquanto a intimidade e habilidade com as palavras forem os pré-requisitos maiores para a minha profissão, fico tranquilo. Pois sei que a concorrência é ainda menor. Há mais diplomados do que bons jornalistas disputando vagas no mercado. E as boas vagas, tenho certeza, não permitem enganadores. Falo do texto, mas o mesmo se aplica às mídias eletrônicas. É para quem tem jeito com as palavras, sejam elas escritas ou faladas.

Há muita diferença entre o texto correto e o texto bom. A maioria dos acadêmicos, de qualquer curso, se limita a escrever corretamente. O bom texto, com algum estilo, é para bem poucos. E não o recebemos enrolado no dia da formatura.

Como fui esquecer disso?

4 comentários:

  1. Pelo texto, pelo jornalista nato e por sua cidadezinha que é maravilhosa... Lembro dos dias que, meio perdido, passei por ela. Memoráveis.

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  2. um dia desses pensei em relação à música também, sobre a necessidade do nosso canudo... tocar como manda as regras, acho que quase que uma multidão, mas com o jeito, a bossa, a levada, bem, isso não tem métodos acadêmicos que ensine... ta bom, pelo texto, pelo amigo e jornalista e pela mega cidade!!! hehe!

    Abraço,

    Giovani

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  3. é isso, penso o mesmo em relação à música. Acho que qualquer trabalho autoral, na verdade. Rpetindo o que você disse, não há método acadêmico que ensine.

    Abraços, amigo.

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  4. Exatamente o que pensei quando me foi passada a notícia. O diploma se mostra no primeiro dia, porém o bom jornalista, se mostra ao longo de seu trabalho. Ah, já ia esquecendo: Tens futuro, hein! Hehe :)!

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