quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sentimento traduzido

Tenho um bloquinho da capa azul. É onde anoto muito daquilo que de melhor encontro escrito por aí. Geralmente nos livros. São frases, passagens, diálogos, até parágrafos inteiros. O que já li de melhor está lá. Dia desses, enfiei o bloquinho na mochila, para ir folheando enquanto o trem das 11 (da manhã) me levava a Porto Alegre, como faz diariamente. Grata ideia.

Vi que uma passagem do escritor russo Ivan Turguêniev - no bloquinho já há alguns anos - reflete bem um sentimento que tenho às vezes. Sentimento que, por não conseguir racionalizar, sempre me inquietou. E o que mais buscamos lendo bons pensadores é isso, conceitos que elucidem sentimentos que já temos, mas não dominamos, e eles vão lá e põem no papel.

Neste dia, relendo muitas boas passagens, principalmente da literatura, pude lembrar que o escritor russo, no livro Pais e Filhos, já havia conseguido domar este estranho sentimento, traduzindo-o em palavras. Por isso, vou passar a bola para o Turguêniev. Depois, nos comentários, podemos discutir. Segue:

“O lugar insignificante que ocupo é tão minúsculo em comparação com o resto do espaço em que não estou e onde ninguém se importa comigo! A parcela do tempo onde hei de viver é tão ridícula em face da eternidade, onde nunca estive e nem estarei... Neste átomo, neste ponto matemático, o sangue circula, o cérebro trabalha e quer alguma coisa...que estupidez! Que inutilidade!”

Turguêniev – Pais e Filhos

Às vezes, vocês não sentem isso também?

5 comentários:

  1. Eae Andrei, firmeza?
    a proposito, belo blog. To dando uma lida agora as duas da manhã e só posso concordar com esse post.
    Se der passa lá no meu, sou novato hehehe mas pretendo continuar.
    parabens e boa sorte.
    http://fantasiako2000.wordpress.com/

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  2. Fala, Ricardo.

    Valeu pela visita. Vou passar pelo teu blog também. Também sou novato nesta coisa, e aí é que está a graça.

    Abração

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  3. Puxa... esse trecho vai pro meu bloquinho de notas tb! Mesmo sem ter lido a obra!
    Aliás, em breve farei um bloquinho novo: DICAS DO ANDREI, contendo frases, dicas musicais e literárias e tudo mais que tu escreve de bom!

    Então... e como eu sinto isso tb! E, às vezes, é bom nem pensar... não pensar nessa "proporção" e não pensar na "inutilidade", hehe...

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  4. Adorei as "Dicas do Andrei", apesar do exagero! ehehehe.

    Mas recomendo mesmo a leitura de Pais e Filhos. É o livro que teria dado início ao conceito de "niilismo". Veja que outra dica interessantíssima!

    Obrigado pelos comentários, Cláudia!

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  5. Parece a descrição da minha TPM...hehheh

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