domingo, 1 de agosto de 2010

Espaço para um post corporativista

O blogueiro faz uma breve pausa (coisa de um dia) na música, no cotidiano e no futebol, para versar sobre uma questão que me interessa deveras: jornalismo na internet.

É que após um período de muita nebulosidade, em que ninguém sabia ao certo o que poderia acontecer, acho que já é possível processar algumas impressões e concluir: a internet, ao invés de uma ameaça, é uma boa saída para o jornalismo.

Digo isso porque muito se previu que essa era em que vivemos, da informação gratuita e em tempo real possibilitada pela web, poderia acarretar no enfraquecimento, quiçá no fim dos meios de comunicação tradicionais, estes que consumimos diariamente – a TV, o rádio, o jornal. Com todo mundo conectado o tempo todo, chegaria o tempo em que o mais cômodo seria se informar pelo blog A, pelo site B, pela rede social C.

Do meu ponto de vista, creio que não só essa hipótese não se confirmou, como dá mostras de que não irá se confirmar. E digo mais: o jornalismo feito por jornalistas triunfará na internet.

Ao mesmo tempo em que as grandes empresas de comunicação investem cada vez mais em seus portais online (Globo = G1, Record = R7, RBS = Clic, Band = Eband), e sites noticiosos nascidos de empresas voltadas para a internet também prosperam (Terra, Ig, Uol, etc) já existem novos veículos surgindo exclusivamente na web, com equipe de profissionais constituídas, como o jornal portoalegrense Sul 21, por exemplo.

Questão primordial, digo que a publicidade já descobriu a internet. O leitor já não consegue escapar da chuva de anúncios na tela, que podem abrir como pop-ups (até interativas), ou que rodam no início de um vídeo. Com anunciantes satisfeitos, faz-se jornalismo até em porta de banheiro.

Mas o que mais me faz acreditar nos benefícios que a internet oferece ao jornalismo é o fato de ninguém se satisfazer com uma informação obtida em um site sem credibilidade reconhecida. Essa história de que qualquer um com um blog faz jornalismo é balela. Nada contra meu Blog, mas se eu postar por aqui que o Rage Against The Machine confirmou que irá tocar no Brasil, o leitor irá correndo conferir em algum portal de notícias. E só acreditará quando encontrar por lá a mesma informação, mesmo que mal escrita. Faz-se do limão a limonada.

Independente do meio, credibilidade continua sendo o diferencial. E, ao que me parece, ainda requer profissionais trabalhando. Ponto para os filhos da pauta.

5 comentários:

  1. Olá Andrei! Interessantes esses teus apontamentos. Às vezes me parece que a chamada "velha mídia" se sente muito ameaçada pela internet. Me parece que o status quo anterior era muito cômodo para as grandes empresas de comunicação, sejam jornais, televisões, revistas ou rádios.

    Com a internet isso tudo muda. Volta e meia vemos reportagens da Folha ou do Estadão, ou da Veja, sendo desmontadas na internet. O caso da ficha falsa da Dilma, veiculada na Folha foi um exemplo. O que chama a atenção é que esses grandes meios de comunicação raramente pedem desculpas por seus erros. A Folha, pelo menos, tem ombudsman, o que já representa um avanço.

    Mas, enfim, a internet, a meu ver, representa a possibilidade de democratização do acesso à informação no Brasil. A possibilidade de desconcentrar um pouco "o poder de dizer as coisas." Afinal, é muito nocivo à democracia o fato de meia dúzia de empresas de counicação (Globo, Estado, Grupo Folha, Abril...) terem praticamente o monopólio da notícia no Brasil. E é nesse sentido que a internet tem o poder de trazer à tona, desmascarar os interesses desse "Quarto Poder". Sim, porque a mídia, especialmente a grande mídia, se constituiu num poder. E como todo poder, deve ser fiscalizado.

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  2. Como de praxe acontece ao visitar teu blog, teus conceitos esclarecem os meus -não tão cheios de certeza como os teus- e me fazem enxergar de maneira mais ampla e até vir, como já aconteceu muitas vezes, a mudar de opinião!
    Sendo repetitiva, mais uma vez -haha!-: Ótimo texto (:!

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  3. Ah, e tem outra coisa: a internet possibilita o acesso a portais como o Observatório da Imprensa, e outros, que trazem uma visão bastante crítica em relação aos excessos cometidos pela mídia corporativa.

    Aproveito ainda para perguntar tua opinião em relação aos textos recentes do professor Venício Lima, sobre as diferenças entre "liberdade de expressão" e "liberdade de impressão"... Não daria um belo post no teu blog??? hehehe!!!

    Um abraço!!

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  4. Eu quero um post com novidadeeeeeees! :D :D :D
    Tô curiosíssima!

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  5. Legais tuas observações, Marcio, principalmente quanto às possibilidades do leitor repercutir nas redes sociais os (muitas vezes maus) conteúdos dos produtos midiáticos. Cada um em sua "área acadêmica", temos pontos de vista parecidos quanto a influência da internet na mídia.

    Tenho familiaridade com as diferenças entre de Liberdade de Imprensa e Liberdade de Empresa, o que tem muito a ver com o que trata o Venício, embora não tenha lido ainda os textos dele (tomara que renda um bom post por aqui!)

    Abração

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