segunda-feira, 26 de abril de 2010

Woodstock: modo de fazer


Tenho uma curiosidade natural por tudo o que está por trás dos grandes acontecimentos. Adoro assistir making of, por exemplo. Ou, pelo interesse que tenho por reportagens, curto saber como cada matéria se desenrolou para o repórter. O que está por trás dos holofotes geralmente é tão interessante quanto aquilo que nos é apresentado.

Todo este intróito foi apenas para falar que o filme Aconteceu em Woodstock, de Ang Lee, é sensacional, se analisado por este ponto de vista. O de mostrar como quase não aconteceu um dos mais importantes momentos do século XX, e sem dúvida o mais singular.

Ao contrário do que pode dar a entender, Aconteceu em Woodstock
não é um filme sobre o mais famoso festival de música da história, acontecido em 1969. Não há uma cena sequer de shows ou das bandas que tocaram por lá. Para assistir ao festival, já existe o famoso documentário de Michael Wadleigh. A história de Lee é um resgate do que nunca foi contado, pelo menos não pelo ângulo dos moradores daquele lugarejo. Por isso é interessante.

O protagonista do filme é o jovem Elliot Tiber, que, para salvar da hipoteca a pousada rural dos pais, oferece o terreno de um vizinho para a realização de um festival de música que havia sido barrado em outros locais, cujo a expectativa era de receber 5 mil pessoas. Ao lado de Elliot, os habitantes de Bethel são também protagonistas do filme, o que torna a história mais curiosa, pelo choque cultural entre aquele povoado caipira e a juventude hippie que acampou em seu espaço.

De forma espontânea, mais e mais pessoas vão chegando para o Woodstock. A princípio sem muita divulgação, até o ponto de entrar na pauta dos programas de TV (já era assim em 69), e em poucos dias reunir cerca de 500 mil pessoas, mudando completamente o cotidiano das pessoas daquela comunidade parada no tempo. E é justamente este choque o foco de Aconteceu em Woodstock. O que, de certa forma, pode frustrar quem espera um filme mais “Rock n’ Roll”. Portanto, não esperem ouvir Hendrix, Janis, John Sebastian ou Santana. Mas assistam.

4 comentários:

  1. Um filme que eu ainda vou ver. Vi o DVD quádruplo do documentário do fetival. Muito bom também.

    ResponderExcluir
  2. Viu só... mais uma dica!!! Esse é um blog de auto-ajuda cultural! Ainda não assiti, mas pretendo!

    ResponderExcluir
  3. acho que prefiro a versão rock n'roll da história. hehe
    mas imagina se isso acontecesse na Melancia? perfect!!!

    ResponderExcluir