domingo, 11 de julho de 2010

Copa valeu pela emoção

E foi com o título ficando com a seleção espanhola que acabou a já saudosa Copa da África. Passou rápido esse mês de Copa do Mundo. Críticas serão recorrentes quanto à qualidade técnica dos jogos, dos times, dos jogadores, mas acho que já é hora de nos acostumarmos a isso em se tratando deste evento. Valeu, e sempre valerá, pela emoção.

Não teremos mais Copas do Mundo com grandes jogos, grandes times, grandes jogadores. Porque o futebol não se organiza mais em torno das seleções nacionais, mas sim dos clubes, principalmente dos europeus. A temporada européia, de agosto a maio, sufoca os atletas, que chegam ao mundial loucos por férias. É um calendário que abre poucas brechas para que as seleções treinem, se entrosem enquanto equipes. Com jogadores em má forma física e equipes pouco treinadas, fica difícil exigir qualidade.

Carecendo de qualidade, o que irá sustentar a importância da Copa do Mundo a cada edição é a emoção que ela desperta, capaz de fazer o mundo parar. Esse é o grande barato. Na Copa, tudo vale mais pelo símbolo do que pelo fato. Os fatos estão ali para receberem significados, atendendo ao espetáculo das representações sociais que sustenta o evento no imaginário cotidiano.

Não precisamos de belos gols, mas sim de belas comemorações. Não um belo drible, mas um dedo enfiado na cara do adversário. Queremos jogadores chorando, esbravejando, queremos os países pequenos derrotando os maiores, os pobres triunfando sobre os ricos.

A Copa é o momento em que o futebol se justifica frente àqueles que duvidam do seu encanto. Terminada a Copa, nós, os apaixonados pelo esporte, ganhamos alguma tolerância dos que não se emocionam da mesma maneira, ou de nenhuma maneira. Mas imaginem se eles soubessem que um clube pode emocionar muito mais do que uma seleção.

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