sexta-feira, 21 de maio de 2010

Paixões que passam (pelo ouvido)

Será que estamos condenados a viver uma eterna transição de gostos e costumes? Hoje, exatamente como fazia há 10 anos, escuto uma música e penso estar diante do melhor som que já me chegou aos ouvidos. Imagino que ela jamais se tornaria enfadonha ou irrelevante para mim. Mas essa intrigante volubilidade a qual estamos submetidos, faz com que eu não deixe nunca de rotular novas músicas como as melhores que já ouvi. E a qual quero continuar ouvindo para o resto da vida. No amor é assim também. Mas por enquanto vamos ficar apenas com a música, pois é sexta-feira e a mente está cansada.

Minhas primeiras idolatrias datam do ano 2000. Começando aos 13 anos, com o Kiss. Passou para o Guns N’ Roses e daí para o The Doors, sendo esta a tríade do Rock até os 20 anos. Depois veio a MPB, com Baden Powell primeiro, e em seguida o João Bosco. Finalmente passei a ter ídolos no jazz, como Miles Davis, o primeiro, depois Charles Mingus, o maior até aqui. Ainda curto todos, e os quatro últimos, ouço diariamente. Mas quem garante que com o tempo eles não caiam no ostracismo, assim como o Kiss e o Guns, cujos cd’s já passei mais tempo escutando do que a todos os jogos do Grêmio na Gaúcha, juntos? E o The Doors, minha segunda discografia completa, minha barba e barriga em homenagem ao Jim decadente, quanto tempo faz que não os escuto?

Hoje não imagino poder ficar algo além de duas semanas sem escutar os grandes do jazz. Mas João Bosco e Baden já viraram audições mensais, e olha que é o Baden Powell, parceiro do Vinicius e guru do Yamandú, e o João Bosco, parceiro maior do grande Aldir Blanc. Só que anos atrás eu também considerava inconcebível ficar sem ouvir Kiss, Guns, ou Doors. Não sei por quais caminhos trilhará daqui para frente a minha preferência musical, a que novas aventuras ela poderá me levar, ou se finalmente chegou ao seu destino final com a MPB e o Jazz instrumental.

Doce ilusão. A (triste?) verdade é que tudo é mesmo passageiro, algumas coisas mais, outras menos, e logo estarei ouvindo diariamente outras músicas, outros gêneros, e até Charles Mingus pode também passar meses sem que eu o escute. Acho que no amor é assim também.

3 comentários:

  1. Adorei :) às vezes acontece de eu enjoar de algumas coisas, mas depois ouço de novo. tipo Legião, o máximo foi dar um tempo, ou então Raul Seixas. Gosto muito da Janis e do SOAD. Acho que, do mesmo jeito, vou ouvir posteriormente... já pensou se fosse assim no amor também? Tem gente que tenta, haha. Abraço o/

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  2. acho que daqui uns dias tu vai estar curtindo metal melódico! uahuhauhauhahauhuah

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  3. Putz, Andrei... tu traz uns assuntos dos quais, muitas vezes, eu me pego pensando tb...
    Deve ser verdade mesmo: estamos condenados a isso que tu chama de "eterna transição de gostos e costumes"... Acho mesmo que isso se aplica a tudo (ou quase tudo). E a música talvez seja o melhor exemplo (ou o menos comprometedor)...
    Mas é legal o reencontro com esses velhos amores, quando depois de um tempão a gente revive o sabor daquilo que sentíamos quando a tal música ou o tal artista faziam parte constante da nossa vida!São amores deixamos de lado, mas que de alguma forma contianuam vivos dentro da gente...

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