Mais 10 blues para o seu outono

Tenho ouvido tanto blues nestas últimas semanas, tão ricas em dias frios e chuvosos, que cheguei à conclusão de que os 10 blues da lista inicial, feita logo no início dos trabalhos deste blog, não dão conta de toda uma estação. Por isso, ofereço mais uma dezena de blues, alguns clássicos, outros apenas meus preferidos, para que os amigos mantenham o coração aquecido neste outono e assim o mantenham para o inverno que se aproxima.

Confesso que muitos estão aí porque foram esquecidos da primeira lista. Outros, como o Grafite na convocação do Dunga, entraram como surpresas de última hora. Mas, ao contrário da seleção, aqui, todos merecem sua vaga. Ei-los:

1 – Spoonful, de Willie Dixon

Composição do letrista maior do blues, autor dos clássicos mais indispensáveis, como este, que tem gravação original de Howlin’ Wolf. Gosto muito do Wolf, mas prefiro Spoonful na voz da inspiradíssima Etta James.

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2 - One Bourbon, One Scotch, One Beer, de John Lee Hooker

Clássico deste que é um de meus bluesmen preferidos. Esta é uma música emblemática do gênero, por falar de uísque e cerveja, dois itens de consumo muito importantes para a maioria dos amantes do blues.

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3 – On The Road Again, do Canned Heat

Sou fã desta banda, principalmente do vocalista, Bob “The Bear” Hite, e do guitarrista Alan Wilson. É do Canned Heat a música que é um dos hinos do Woodstock, a bela Going Up The Country. Mas pro achar que, no contexto desta lista, encaixa melhor, incluo aqui esta, cantada, quase declamada, por Alan Wilson.

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4 - Mannish Boy, de Muddy Waters

Blues de respeito, gravado por artistas como Jimi Hendrix e Rolling Stones. Inspirada em Hoochie Coochie Man, clássico maior de Willie Dixon. Nesta levada, há ainda I’m a Man, de Bo Diddley. Qualquer uma destas vale, mas a versão de Hendrix para Mannish é digna de receber destaque.

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5 - Pride and Joy, de Stevie Ray Vaughan

Autêntico blues do Texas, deste que é um dos maiores guitarristas de todos os tempos, independendo do gênero. Todos os solos de Stevie são memoráveis. Nesta música, não é diferente.

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6 - Fumblin’ with the blues, de Tom Waits

Waits é o Bukowski da música. Quem já leu qualquer coisa do escritor americano, pode imaginar o que quero dizer. E esta música, do álbum The Heart of Saturday Night, de 1973, á das que melhores sintetizam do que se trata a obra deste músico, cantor e pianista fantástico.

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7 – Mary Had a Little Lamb, infantil do século XIX

Música de autor desconhecido, tradicional do século XIX, espécie de “atirei o pau no gato” norte-americana, mas transformada em blues por Buddy Guy e também interpretada maravilhosamente por Stevie Ray Vaughan. Introdução empolgante, poucas linhas vocais e longos solos de guitarra. Ouça a versão de Stevie.

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8 - Night time is the right time, de Ray Charles

Uma das músicas que mais ouvi na vida, principalmente pela bela linha de sax da introdução. Claro que o título também diz tudo: “a noite é a hora certa”. E Ray Charles é um intérprete incrível, impossível deixar de fora. Em breve farei um texto só sobre essa música. Como não achei a versão de Charles, segue aqui uma homenagem que os Stones prestaram a ele, tocando Night Time em Copacabana, 2006.

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9 - How Long Blues, de Leroy Carr

A melhor versão é a de Eric Clapton, do álbum From The Craddle, o mais blueseiro do guitarrista. Gosto da levada lenta deste blues, que casa tão bem com o estilo slow hand do guitarrista britânico.

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10 - Back door man, de Willie Dixon

Muitos blues acabam por se tornar celebres quando são gravados por bandas de rock. Led Zeppelin, Rolling Stones e The Doors talvez tenham sido as que mais contribuíram neste sentido, além do Cream e do Yardbirds. Backdoor Man é mais conhecida na versão do Doors, mas vale conhecer também a versão de Howlin’ Wolf.

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